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terça-feira, 29 de março de 2011

Sensações pós laboratório...



Palavras registradas por Sônia ou Adriene Maycol???

"ESCURO, ACESO, SUPERFÍCIE, SAFADA, MEDO, PRESENÇA, SILÊNCIO, DOR, SURPRESA, DANÇA, VOZ, VONTADE, ESPERA, RANCOR, ASPEREZA, TOQUE, PERFUME, MÃOS, FORRÓ, CADEIRA, INOCÊNCIA, INCERTO, AR,PUREZA, ESCAPAR DE ALGO, FUGIR, GOSTAR, DELICADEZA, PANO, AÇÃO, MOMENTO, MUDAR, CHÃO, ENCONTRO, PRAZER, CERVEJA, PERNAS, BRAÇOS, CORPO, BORBOLETA, ROSA, CINZA."

Confissão

Padre, tenho que me confessar...ontem ele me chamou e eu fui porque queria saber o que iria acontecer, chegando lá me pediu para sentar e esperar um pouquinho. O som começou a tocar, resolvi dançar, ele foi chegando, chegando, até que pegou em minha mão e me rodou. Depois me deu uma latinha de cerveja...hum, é amarga, mas é gostosa...o perfume dele é bom...ele começou a passar a mão em meu corpo, fazer carícia, sabe!? Até que ele foi acariciando, acariciando e eu acabei gostando. Só precisava me confessar padre... "você" disse que é pecado não vir à igreja. Obrigada por me ouvir.

quinta-feira, 10 de março de 2011

...pingos de chuva, que agonia, bichos me mordam, vozes e risos, alegria que contagia, que vontade de dançar... é trompete. Grunhidos, que estranho, carro saindo é a pressa chegando, estouro, pressão... Silêncio, que conforto... até o grito aparecer e mostrar atitude.
Canção que os males espanta quando vem da alma, baqueta, estalinhos de graça, silêncio são pingos de chuva apenas que sonorizam por alguns instantes nobres. Violino e pingos de chuva compondo uma só canção, corrente, som de sino, pingos de chuva, comichões, quanto borbulhar de sentimentos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Exercício de Escuta: 03/03/2011

Poema: Canto da Sala
Por Eduardo Humbertto

Sentado na posição pensante,
os ruídos se sobressaem a tudo,
a flauta quer fazer música,
as vozes desperdiçar palavras,
e a chuva fazer brotar esperanças.

A gota solitária e firme
goteja sem preocupação,
ao passo que a chuva aumenta
sua firmeza se impõe.

Eu não sou nada
quando tudo está movendo,
sou espectador insignificante
que se encanta e tenta fazer parte.
Os ruídos são ouvidos com a alma,
e a percepção se chama arte.

03/03/2011
Às 20:12h
Uberlândia-MG

Poema escrito a partir de um exercício de escuta proposto pela Leka.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Escuta

Chchchchuva caindo ali fora numa melodia ssssssssssssssuave e harmônica me faz idealizar ser abraçada, sentir algo quente... mas aqui dentro, essa goteira que pinga-pára, pinga-pára, pinga-pára, pinga-pára me traz de volta à realidade.
Enãopossoperdertempoporquemeufilhoestáemcasasozinhoeprecisademim!!!
Mas sei bem onde estou por causa das pessoas felizes lá fora que agora sssssssssssssssssilenciaram, não totalmente, mas que agora fazem menos barulho. Elas me mostram que tenho me-me-medo de pessoas amigas alegres e saltitantes dentro de uma universidade. Sei que por trás dessa colorida hihihisaiada embalada pela música que toca ao longe, há falsidade, inveja, hipocrisia. O instrumento cessa, não o escuto mais, calou-se... PAUSA!?!?




Ah...



Silêncio total de gente... só a chuva agora... estou só se fecho os olhos... mesmo não estando só!



Um violino recomeça... seria a VALSA Nº 6? Não importa. Só escuto agora a chuva que aumenta. “Chchchchove tanto lá fora, e quando chove em cima das igrejas, os anjos esssssssssssssscorrem pelas paredes.”

sexta-feira, 4 de março de 2011

...

As pessoas conversando lá fora - vozes conhecidas, que sei bem de quem são - me atrapalham a ouvir o silêncio, o meu silêncio provocado pelo som da chuva.
É como se funcionassem, essas vozes, como objetos atravessando e fragmentando


O som que o telefone faz, ao vibrar, irritou-me por um segundo: durante o instante entre a concentração - tentativa de! - na chuva e o susto com seu movimento, o do telefone, na minha perna. (E eu nem consegui terminar a frase anterior). A memória do som daquela voz que me conforta, que me excita, veio ao olhar o visor do aparelho na intenção de rogar pragas ao/à infeliz que ousou interromper minha paquera com a água que cai do céu e canta pra mim. Resgatar o som harmonioso dessa voz no meu imaginário me fez esquecer a raiva momentânea causada pela interrupção do meu flerte.
Até me distanciei das vozes lá fora, aquelas que me surdeavam enquanto eu tentava deixar a chuva abraçar meus ouvidos.
Essas vozes agora já não soam tão forte e tão perto e a chuva parece cantar com um pouco mais de intensidade, não me acalmando, mas me trazendo uma sensação de... de aconchego. Apesar da umidade e do frescor um pouquinho arrepiante.
É como se eu estivesse dançando essa música, como se eu fosse capaz de me embalar pela chuva, mas sem sair do lugar. Não é meu corpo que levita nesse momento, mas ele compartilha dessa sensação.
O som do meu nariz puxando o ar pra dentro não me irrita, mas já deu pra mim. Ouvi ele o dia todo. Já me acompanhou o suficiente.
O som da caneta batendo no caderno a cada vez que o toco com ela e da minha mão se arrastando pela folha a cada palavra escrita também interrompem, fragmentam, militarizam a fluidez e o deslize que me causa ouvir a chuva lá fora.
Tem uma voz que me irrita. Mas será que irritaria se eu não associasse seu som com a pessoa que o produz?
O som das vozes dos meus parceiros indica-me que tenho que ir.


Texto redigido em 03/03/2011, a partir de um exercício de escuta proposto pela Leka.